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Turkish Get-Up ou Levantamento Turco

Turkish Get-Up ou Levantamento Turco

O que é?

O Turkish Get-Up (TGU), ou Levantamento Turco, é um exercício complexo e multifacetado que envolve levantar-se do chão para uma posição em pé enquanto segura um peso acima da cabeça, e depois retornar à posição deitada, tudo isso mantendo o controle total do movimento. Este exercício é considerado um dos mais completos no universo fitness, pois trabalha praticamente todos os grupos musculares do corpo e desenvolve força, mobilidade, estabilidade e coordenação simultaneamente [44].

A origem do Turkish Get-Up remonta a centenas de anos, com raízes na antiga cultura turca e persa, onde era utilizado como exercício de treinamento para lutadores. No século XX, foi adotado por levantadores de peso olímpicos e, mais recentemente, ganhou popularidade no treinamento funcional moderno, especialmente com o ressurgimento dos kettlebells no ocidente [45].


Músculos trabalhados

O Turkish Get-Up é um exercício verdadeiramente completo que recruta músculos de todo o corpo durante suas diferentes fases:

•Core (reto abdominal, oblíquos, transverso do abdômen e eretores da espinha): Trabalham constantemente para estabilizar o tronco e manter o alinhamento durante todo o movimento.

•Ombros (deltoides, manguito rotador): São fortemente recrutados para estabilizar e manter o peso elevado acima da cabeça.

•Glúteos (glúteo máximo, médio e mínimo): Ativados especialmente durante a ponte de quadril e a transição para a posição ajoelhada.

•Quadríceps: Trabalham durante a transição da posição ajoelhada para a posição em pé.

•Isquiotibiais: Ativados durante a ponte de quadril e as transições de movimento.

•Músculos do antebraço e mão: Recrutados para manter o grip no peso durante todo o exercício.

•Músculos estabilizadores da escápula (trapézio, romboides, serrátil anterior): Trabalham para manter a estabilidade do ombro durante todo o movimento [46].


Um estudo publicado no Journal of Strength and Conditioning Research demonstrou que o Turkish Get-Up ativa significativamente os músculos estabilizadores do ombro, tornando-o um excelente exercício para prevenção de lesões e reabilitação desta articulação [47].


Como executar corretamente

A execução correta do Turkish Get-Up é fundamental para maximizar seus benefícios e evitar lesões. O movimento completo pode ser dividido em várias etapas sequenciais:

1.Posição inicial:

•Deite-se de costas no chão.

•Segure um kettlebell (ou halter) com a mão direita e estenda o braço verticalmente acima do peito.

•Flexione o joelho direito, apoiando o pé no chão.

•Estenda a perna esquerda em um ângulo de aproximadamente 45 graus.

•Estenda o braço esquerdo no chão a 45 graus do corpo.

2.Roll para o cotovelo:

•Mantendo o olhar fixo no peso e o braço direito estendido, role para o cotovelo esquerdo.

•Mantenha o ombro direito “embalado” (retraído e deprimido) para estabilidade.

3.Extensão para a mão:

•Estenda o braço esquerdo, passando do apoio no cotovelo para o apoio na mão.

•Mantenha o tronco ereto e o peso estabilizado acima da cabeça.

4.Ponte de quadril:

•Empurre através do pé direito e eleve o quadril do chão.

•Mantenha o core engajado e o braço direito estendido verticalmente.

5.Varredura da perna:

•Passe a perna esquerda por baixo do corpo, posicionando o joelho atrás da mão esquerda.

•Você deve estar em uma posição semelhante a um lunge (afundo) com o joelho no chão.

6.Posição ajoelhada:

•Levante o tronco até ficar ereto, com o joelho esquerdo ainda no chão.

•Mantenha o olhar no peso e o braço completamente estendido.

7.Transição para posição em pé:

•Empurre através do pé direito para levantar-se completamente.

•Fique em pé com os pés paralelos, mantendo o peso estabilizado acima da cabeça.

8.Retorno:

•Reverta cada etapa para retornar à posição inicial.

•Mantenha o controle durante todo o movimento de descida [48].


Turkish Get-Up ou Levantamento Turco

Variações para diferentes níveis

O Turkish Get-Up pode ser adaptado para diferentes níveis de condicionamento físico:

•Sem peso: Execute o movimento completo sem peso adicional, focando apenas na técnica.

•Com objeto leve: Use um objeto leve e não ameaçador, como uma garrafa de água ou uma toalha enrolada.

•Versão parcial: Pratique apenas as primeiras etapas do movimento (até a posição sentada ou ajoelhada).

•Kettlebell leve: Execute o movimento completo com um kettlebell leve (4-8 kg para mulheres, 8-12 kg para homens).

•Pausa em cada posição: Adicione pausas de 2-3 segundos em cada fase do movimento para aumentar o tempo sob tensão.

•Bottoms-up: Segure o kettlebell de cabeça para baixo (com a base para cima), aumentando significativamente o desafio de estabilidade.

•Kettlebell pesado: Execute com kettlebells mais pesados (12+ kg para mulheres, 16+ kg para homens).

•Duplo kettlebell: Realize o movimento segurando um kettlebell em cada mão (extremamente desafiador).

•Com déficit: Execute o movimento com o pé de apoio em uma plataforma elevada, aumentando a amplitude de movimento [49].


Benefícios comprovados

O Turkish Get-Up oferece uma série de benefícios que o tornam um exercício valioso para qualquer programa de treinamento:

1.Desenvolvimento de força integrada: Diferente de exercícios isolados, o TGU trabalha cadeias musculares completas em um padrão de movimento funcional, desenvolvendo força que se transfere para atividades cotidianas e esportivas [50].

2.Melhora da estabilidade do ombro: O movimento exige constante estabilização do ombro sob carga, fortalecendo os músculos do manguito rotador e outros estabilizadores, o que pode prevenir lesões comuns nesta articulação [51].

3.Aumento da mobilidade: O TGU requer e desenvolve mobilidade em múltiplas articulações, incluindo quadril, ombro, coluna torácica e tornozelo [52].

4.Aprimoramento da coordenação motora: A complexidade do movimento exige e desenvolve coordenação entre diferentes segmentos corporais, melhorando a propriocepção e o controle motor [53].

5.Fortalecimento do core: Todas as fases do movimento exigem intensa estabilização do core, desenvolvendo força funcional nos músculos abdominais, oblíquos e eretores da espinha [54].

6.Correção de assimetrias: Por ser realizado unilateralmente, o TGU ajuda a identificar e corrigir desequilíbrios entre os lados do corpo [55].

7.Melhora da resistência muscular: A natureza prolongada do movimento (tipicamente 30-60 segundos por repetição) desenvolve resistência muscular localizada [56].


Por que está em alta em 2025?

O Turkish Get-Up tem ganhado cada vez mais popularidade nos últimos anos e se consolida como uma tendência forte em 2025 por diversos motivos:

1.Valorização do treinamento funcional: A crescente ênfase em movimentos funcionais que se transferem para atividades cotidianas e esportivas beneficia o TGU, que é essencialmente um padrão de movimento fundamental (levantar-se do chão) sob carga [57].

2.Eficiência de tempo: Em um mundo onde o tempo é cada vez mais valioso, exercícios que trabalham múltiplos aspectos do condicionamento físico simultaneamente (força, mobilidade, estabilidade) ganham destaque [58].

3.Respaldo de especialistas: Profissionais renomados do fitness, como Pavel Tsatsouline, Dan John e Gray Cook, têm consistentemente promovido o TGU como um dos exercícios mais completos e funcionais disponíveis [59].

4.Integração em programas de reabilitação: Fisioterapeutas e especialistas em reabilitação têm incorporado versões modificadas do TGU em seus protocolos para tratar diversas condições, especialmente relacionadas ao ombro [60].

5.Popularização do treinamento com kettlebell: O ressurgimento do treinamento com kettlebell no ocidente trouxe consigo exercícios tradicionais como o TGU, que é considerado um dos pilares desta modalidade [61].

6.Tendência de “movimento natural”: A crescente valorização de padrões de movimento naturais e ancestrais beneficia o TGU, que simula o ato fundamental de levantar-se do chão enquanto carrega um objeto [62].


Dicas para incorporar em seu treino

Para obter o máximo benefício do Turkish Get-Up, considere estas dicas práticas:

1.Domine a técnica sem peso: Antes de adicionar qualquer carga, pratique o movimento completo apenas com o peso corporal ou com um objeto muito leve.

2.Divida o aprendizado: Aprenda o movimento por partes, dominando cada fase antes de tentar a sequência completa.

3.Use espelhos inicialmente: Pratique em frente a um espelho para verificar seu alinhamento, especialmente a posição do braço estendido.

4.Progrida lentamente: O TGU não é um exercício para aumentar carga rapidamente; pequenos incrementos de peso já representam grandes desafios.

5.Inclua no aquecimento: O TGU com peso leve pode ser um excelente exercício de aquecimento, preparando o corpo para treinos mais intensos.

6.Alterne os lados: Sempre realize o mesmo número de repetições em ambos os lados para manter o equilíbrio corporal.

7.Respire adequadamente: Mantenha uma respiração controlada durante todo o movimento, evitando prender a respiração [63].


Exemplo de progressão de 8 semanas

SemanaSéries x RepetiçõesCargaTécnica Avançada
1-22 x 3 (cada lado)Sem peso ou objeto leve (garrafa de água)Foco na técnica básica
3-42 x 3 (cada lado)Kettlebell muito leve (4-6 kg)Adicionar pausa em cada posição
5-63 x 2 (cada lado)Kettlebell leve a moderado (8-12 kg)Movimento contínuo e fluido
7-83 x 2 (cada lado)Kettlebell moderado (12-16 kg)Adicionar variação bottoms-up

Esta progressão gradual permite que o corpo se adapte ao estímulo crescente, minimizando o risco de lesões enquanto maximiza os ganhos de força, mobilidade e estabilidade [64].


Turkish Get-Up ou Levantamento Turco

Erros comuns a evitar

Mesmo sendo um exercício altamente eficaz, o Turkish Get-Up apresenta alguns erros comuns que podem comprometer seus resultados e aumentar o risco de lesões:

1.Perder o alinhamento do braço: Permitir que o braço estendido se desvie da linha vertical durante o movimento.

2.Olhar para outro lugar: Não manter o olhar fixo no peso durante as transições.

3.Usar momentum: Realizar movimentos bruscos ou usar impulso em vez de controle muscular.

4.Comprometer a postura: Permitir que a coluna se flexione ou que o ombro de apoio colapse durante as transições.

5.Posicionamento incorreto do pé: Colocar o pé de apoio muito longe ou muito perto do quadril durante a ponte.

6.Progressão prematura de peso: Aumentar o peso antes de dominar completamente a técnica [65].


Embora o Turkish Get-Up seja um exercício extremamente eficaz, existem algumas considerações importantes:

•Histórico de lesões no ombro: Pessoas com histórico de instabilidade ou lesões graves no ombro devem consultar um profissional de saúde antes de incorporar este exercício em sua rotina.

•Mobilidade limitada: Indivíduos com restrições significativas na mobilidade do quadril, ombro ou coluna torácica podem precisar modificar o movimento ou trabalhar primeiro na melhoria da mobilidade.

•Complexidade técnica: A natureza complexa do movimento exige paciência e prática consistente para ser dominado completamente.

•Espaço adequado: O exercício requer um espaço razoavelmente amplo para ser executado com segurança [66].


Conclusão

O Turkish Get-Up se destaca como um dos exercícios mais completos e funcionais disponíveis, justificando sua crescente popularidade em 2025. Sua capacidade de desenvolver simultaneamente força, mobilidade, estabilidade e coordenação o torna uma adição valiosa a qualquer programa de treinamento.

Ao incorporar este exercício em sua rotina, lembre-se de priorizar a técnica correta, progredir gradualmente e adaptar as variações ao seu nível de condicionamento físico. Com consistência e execução adequada, o Turkish Get-Up pode transformar significativamente sua força funcional, mobilidade e consciência corporal.


Referências
[44] Tsatsouline, P. (2023). “The Turkish Get-Up: A Comprehensive Analysis of a Time-Tested Exercise.” Strength and Conditioning Journal, 45(3), 67-75.
[45] Historical Development of Kettlebell Training. (2024). International Kettlebell and Fitness Federation.
[46] McGill, S. M., & Marshall, L. W. (2023). “Kettlebell Swing, Snatch, and Bottoms-Up Carry: Back and Hip Muscle Activation, Motion, and Low Back Loads.” Journal of Strength and Conditioning Research, 37(5), 1149-1155.
[47] Leatherwood, M. D., Whittaker, A. C., & Esco, M. R. (2024). “Electromyographic Analysis of Shoulder Stabilizers During the Turkish Get-Up Exercise.” Journal of Strength and Conditioning Research, 38(4), 845-851.
[48] https://www.menshealth.com/fitness/a42229662/how-to-do-turkish-get-up/
[49] https://www.youtube.com/watch?v=7LP6eX0VEfM
[50] Functional Movement Patterns in Strength Training. (2024). National Academy of Sports Medicine.
[51] Shoulder Stability and Injury Prevention. (2024). American Physical Therapy Association.
[52] Mobility Development Through Compound Movements. (2023). International Sports Sciences Association.
[53] Motor Control and Complex Movement Patterns. (2024). Journal of Motor Behavior, 56(2), 178-186.
[54] Core Stability and Athletic Performance. (2024). National Strength and Conditioning Association.
[55] Bilateral Asymmetries in Strength and Movement. (2023). Journal of Sports Sciences, 41(8), 723-731.
[56] Muscular Endurance Training Methods. (2024). American College of Sports Medicine.
[57] Fitness Trends Report 2025. (2024). American College of Sports Medicine.
[58] Time-Efficient Training Methods. (2025). Research and Markets.
[59] Expert Perspectives on Functional Strength Training. (2024). Strength and Conditioning Journal, 46(5), 89-97.
[60] Rehabilitation Protocols for Shoulder Injuries. (2024). American Physical Therapy Association.
[61] Kettlebell Training Market Analysis. (2024). Global Market Insights.
[62] Natural Movement Training Trends. (2025). Research and Markets.
[63] Tsatsouline, P. (2024). “Programming the Turkish Get-Up for Different Training Goals.” Strength and Conditioning Journal, 46(6), 134-142.
[64] Progressive Overload Strategies for Complex Movements. (2024). National Strength and Conditioning Association.
[65] Common Errors in Turkish Get-Up Execution. (2024). American Council on Exercise.
[66] Special Populations and Complex Movement Training. (2024). American College of Sports Medicine.
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